domingo, 11 de agosto de 2013

É possível ser escoteiro com a camisa fora das calças

Enquanto isso no Moot Mundial do Canadá "I am a Rover Scout from Mexico, and a friend from Australia taught me how to ride a bike today" traduzindo "Eu, um pioneiro do México e um amigo da Austrália que me ensinou a andar de bicicleta hoje"


Hoje fiz a apresentação do novo vestuário no Grupo Escoteiro Baden Powell, grupo do qual faço parte, essa deve ter sido a terceira ou a quarta, e, como esperado, o tradicionalismo do público falou mais alto que nas demais vezes. Lá no meio uma mãe perguntou "mas qual é a real essência do escotismo? porque mudar?" e teve um breve debate de como a roupa que usamos influencia ou não nas atividades, nas nossas ações, na imagem que o público externo tem dos escoteiros e o que fazemos como escoteiros. Como bem observado por um dirigente, não é a roupa que faz o escoteiro, e sim as suas atitudes. Essa imagem do post ilustra bem isso. Porém, também acredito que devemos estar aberto a novidades, novas oportunidades e ver os pontos positivos e negativos da mudança proposta pelo Movimento do qual fazemos parte. No caso do vestuário, uma proposta de atualização de imagem, em um primeiro momento.

Quando falo sobre o vestuário falo sempre da perspectiva da Imagem e Comunicação, da nossa roupa como uma ferramenta de comunicação e de como ela interfere nas nossas atividades. Enfim, houveram várias falas que poderia destacar da apresentação de hoje, mas o texto vai ficar longo. Entretanto, tem duas partes da apresentação que sempre falo:

"É possível ser escoteiro com a camisa para fora das calças?" e dessa vez uma mãe, pela primeira vez nas apresentações, disse que não. Uma vez que o escotismo é visto como disciplinar, padronizado e que isso não faz parte do movimento (mas lembram que essa semana havia rolando no face a imagem de alguns escoteiros com o Baden-Powell e havia um de camiseta e lenço apenas, acredito que BP não o julgou por isso...) 

[eu acho que podemos ser sim escoteiros com a camisa para fora da calça]

E uma segunda parte, que vem desde os documentos oficias da Equipe Nacional de Imagem e Comunicação lançados no Recife, em que diz: "A nossa roupa pode até mudar, mas a essência do escotismo continua a mesma". Qual essência? Atividades ao ar livre, fraternidade, amizade, ajudar ao próximo, formar um cidadão com caráter...

E agora volto à imagem. O que ela representa? Atividades ao ar livre, fraternidade, amizade, ajudar ao próximo, formar um cidadão com caráter. 

Eles estão uniformizados? Camisa para dentro da calça? Meião? Usarem ou não o uniforme tradicional os tornou mais ou menos escoteiros que outro escoteiro? Ou a sua ação, com a liberdade e conforto que uma roupa mais simples em atividade, cumpriu a função e essência do escotismo? 

São algumas perguntas que me faço toda vez que surgem alguns discursos mais 'tradicionais' de que a proposta do novo vestuário é 'errada' por não ser 'escotismo de verdade'. Escotismo está nas nossas ações, a roupa que usamos é uma ferramenta para fazer aquilo que é a nossa essência. Defendo o vestuário por ver nele uma oportunidade de continuar fazendo o que fazemos, mas com uma atualização necessária e que vem ajudar na prática do escotismo. Basta estarmos abertos a conhecer melhor as oportunidades que nos são oferecidas.

Em nenhum momento digo ou obrigo as pessoas a usarem o novo vestuário em substituição do traje ou uniforme, mas continuarei defendendo essa nova ideia e não vejo a hora de chegar o meu e poder usar nas atividades distritais das próximas semanas para que o pessoal tenha mais conhecimento